Em época de férias muitas pessoas visitam seus familiares e amigos, aproveitando para conhecer o que a cidade oferece. Em Carazinho, um dos pontos turísticos é o Museu Olívio Otto, que nesse período recebe um grande número de visitantes de outras localidades e de carazinhenses que estão morando fora e voltam para rever a cidade.
De acordo com o responsável pela salvaguarda do Museu, Adriano Marcondes, é comum que o movimento aumente bastante nos meses de janeiro e fevereiro, podendo chegar de 30 a 40 visitas diárias. "Algumas pessoas que vem visitar parentes, aproveitam para conhecer a história do município e outros que já conhecem e viveram em outras épocas, voltam para recordar", salienta.
Os carazinhenses Dario Fritz e Elias Ramos estão morando em Angra dos Reis. Nesse ano eles voltaram para a cidade para visitar familiares e trouxeram a amiga Jéssica Barbosa, natural do Rio de Janeiro, para conhecer a cidade. Fritz deixou o município há 12 anos para trabalhar e Ramos saiu da cidade há sete anos para estudar.
Fritz diz que já conhecia o Museu antes e gostou muito da reformulação, pois ficou visualmente mais atrativo. "A disposição das peças deu mais destaque para cada uma e tornou possível visualizar melhor. Além disso, as placas mostram o que cada coisa significa mostrando a importância histórica de cada objeto", salienta, acrescentando que o novo espaço possibilita que as pessoas possam "ler a história".
Já Jéssica, que vem pela primeira vez a Carazinho, ficou encantada com o local e disse que conhece muitos museus, mas nenhum onde os visitantes possam andar sozinhos pelos ambientes, descobrindo por si mesmos a importância de cada peça do acervo.
O museu recebe visitantes individuais ou em grupo e está aberto de terça a sexta-feira, das 8h30min às 11h30min e das 14h às 17h, e aos sábados das 14h às 17h. Quem desejar fazer agendamento pode ligar para o telefone 3331-2699, ramal 152.
Trajetória do Museu
Considerado o maior museu do interior gaúcho, o Museu Olívio Otto teve início no ano de 1957, quando o comissário de polícia, Olívio Otto começou uma coleção com objetos pessoais de seu filho, Antônio Carlos, e a ponta da asa da aeronave Paulistinha, na qual Antônio havia morrido em um acidente. O acervo contava com objetos representativos da história política, econômica e social e de ciências naturais, da cidade e da região. Em 1972, a coleção, já com cerca de seis mil peças, passou a ser de responsabilidade da Prefeitura de Carazinho, com a denominação de Museu Regional do Planalto.
No ano de 1978, o local passou a ser conhecido Museu Municipal Pedro Vargas, em homenagem ao fundador da cidade. Em 1995, através de um Decreto Municipal, o nome foi alterado para Museu Regional Olívio Otto, como reconhecimento do trabalho de seu fundador, falecido quatro anos antes.
Reunindo mais de 20 mil peças em seu acervo de extrema importância Histórica e Científica para a região, em julho de 2007 começou a ser desenvolvido o Projeto de Gestão e Qualificação do Museu Olívio Otto, que além da transferência de local profissionalizou o espaço conforme as atuais diretrizes museólogicas e o Estatuto dos Museus (Lei nº11.904/09). Um ano depois do início do projeto, o museu foi reinaugurado em sua nova sede.
Atualmente, ele é ligado ao Departamento de Cultura e estrutura-se em dois núcleos: Núcleo de História e Cultura e Núcleo de Ciências Naturais, além do setor de Salvaguarda e Conservação do Acervo e Extensão e Ação Educativa.
Núcleo de Ciências Naturais
Abrange as peças que representam a fauna, flora e minerais que são registros permanentes da biodiversidade. Além das atividades de pesquisa e conservação do acervo, tem como atribuições a elaboração de exposições de longa duração, exposições temporárias e itinerantes constituindo-se como um espaço interativo e educacional. O Núcleo de Ciências Naturais também desenvolve ações educativas vinculadas a essas exposições, com o objetivo de difundir o conhecimento científico e promover a conscientização ambiental através de oficinas, projetos, e outros.
Apresenta diversos animais empalhados, informações sobre a fauna e a flora de nossa região e aspectos relacionados à preservação ambiental.
Núcleo de História e Cultura
É o setor que tem como objetivo o desenvolvimento de pesquisas para a formação de exposições de longa duração, temporárias e itinerantes, focando na história local e desenvolvendo projetos que visam à dinamização e qualificação do museu. Além disso, conta também com oficinas focadas nos temas trabalhados nas exposições, que ocorrem em parceria com a ação educativa, cumprindo com seu papel pedagógico. Tudo isso visando tornar o museu dinâmico e cada vez mais aproximá-lo da comunidade.
É de responsabilidade do Núcleo de História e Cultura o acervo que conta a história da cidade e região, com diversas peças relacionadas a cultura e fatos ocorridos no Brasil e no mundo. Entre os objetos expostos estão capacetes e armamentos usados na Segunda Guerra Mundial; bonecos de cera, dentre os quais estão representados o ditador italiano durante a Segunda Guerra Mundial, Benito Mussolini, e o nazista Adolf Eichmann, que era responsável no III Reich pela logística de extermínio dos indesejados, além de Tenente-Coronel da SS.
Exposições temporárias mostram temas específicos
Tendo início através da vontade de um pai em perpetuar a memória do filho falecido, hoje o museu guarda a história da cidade e região. Porém, os responsáveis pela instituição não se contentam em exibir somente o seu acervo tradicional. Muitas exposições temporárias já foram organizadas no local e percorreram também museus do restante do Estado. Atualmente, estão abertas para visitação as exposição Sarau no Museu e Raízes Palestinas.
O estagiário do Museu, Jonatan Diuri da Silva, explica que os saraus eram momentos de reunião festiva entre amigos, evento bastante comum no século XIX, realizado geralmente em uma casa particular. Os eventos tinham como objetivo destinar um momento para que as pessoas pudessem, juntas, ouvir música, filosofar, ler trechos de livros, recitar poesia, entre outros.
As reuniões ocorriam à tarde ou no início da noite, apresentando concertos musicais, serestas, canto, interpretações e outras demonstrações artísticas e culturais.
Já a exposição Raízes Palestinas mostra a cultura e os costumes dessa civilização que tem mais de 10 mil anos de existência, através de roupas e utensílios utilizados por seu povo. Os objetos expostos pertencem à embaixatriz da Palestina e são peças que ela foi adquirindo no decorrer dos anos na Palestina e na Jordânia, como decorações antigas e réplicas de utensílios e peças que tem a ver com a tradição cultural, além de 12 vestidos bordados.
Postado por WM Internet
as 10:36
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